sábado, 30 de julho de 2011

o que vou dizer?

Quando estou inquieta fico sem palaras, sem saber o que dizer....é uma confusão,inquietação, sei lá o que.
Nessa semana tive uma aparende boa surpresa, encontrei uma médica que atende pelo meu plano médico e faz as duas coisas:psiquiatria e psicoterapia. me animei aos ouvir relatos de pacientes que estavam à espera de atendimento que ela é uma excelente médica. espero que comigo dê certo, pois já fui a tantos médicos, tantos remédios...porém estou mais animada agora, só na 1ª conversar já foi bom, ela  me alertou a não lembrar, remoer o que já passou como: eu chorei tanto hj pela manhã...ou fulano me deixa tão nervosa, ou ontem eu estava querendo comer tudo que estava no armário e geladeira ou até o que nem tinha em casa... bom já passou? agora vc está chorando? NÃO! então bola pra frente, pense sempre que tudo vai ficar bem. Ela me disse algo que está na Bíblia! que logo ao acordar eu determine se meu dia será bom ou ruim com o pensamento que eu tiver. se eu pensar: ah! mais um dia!!! e pensar coisas ruins é claro que será um dia ruim, se eu fizer o contrário, poderei superar as adversidades que surgirem durante o dia, pois se ao acordar eu pensar: meu dia será de paz e alegria.Assim será.
a Bíblia fala assim: 'TUDO QEU FOR BOM,JUSTO,AMÁVEL, DE BOA FAMA...NISSO PENSAI..."Filipenses 4.8

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Uma mente inquieta página 8

A primeira vez que kay esteve com um psiquiatra, enquanto paciente, ela se sentia muito envergonhada, confusa, assustada e tremendo de medo. Porém, ela sabia que não tinha escolha: ainda não havia perdido completamente a razão, tinha medo de perder seu emprego, sua vida.
O exame psiquiátrico de Kay foi feito com uma série de perguntas, sendo estas, entre outras, utilizadas até os dias de hoje para identificar pacientes bipolares, isto é, maníacos-depressivos. Kay conhecia muito bem todas aquelas perguntas, ela já as tinha feito a centenas de pacientes, mas nunca a ela mesma. Tendo respondido “sim” a praticamente todas as perguntas e também a outras questões suplementares sobre a depressão, foi facilmente diagnosticada, sua sentença foi a doença maníaco-depressiva e sua pena a de ter que tomar lítio indefinidamente.
“Quantas horas de sono eu vinha tendo? Eu tinha algum problema para me concentrar? Eu andava mais falante que o de costume? Eu falava mais rápido do que normalmente? Alguém teria me dito para desacelerar ou que não estava conseguindo entender o que eu estava dizendo? Eu sentia uma pressão para falar constantemente? Eu andava mais cheia de energia do que de costume? As outras pessoas estavam dizendo que tinham dificuldade para me acompanhar? Eu andava mais envolvida em atividades do que de costume, ou iniciando mais projetos? Meus pensamentos estariam tão velozes que eu enfrentava dificuldade para acompanhá-los? Eu andava mais agitada irrequieta em termos físicos do que normalmente? Mais ativa em termos sexuais? Gastando mais dinheiro? Agindo de modo impulsivo? Eu andava mais irritadiça ou raivosa do que normalmente? Eu tinha a impressão de ter talentos ou poderes especiais? Eu havia tido alguma visão ou ouvido sons ou vozes que outras pessoas provavelmente não haviam visto ou ouvido? Eu havia tido alguma sensação estranha no meu corpo? Em alguma vez na vida eu tinha tido esses sintomas antes? Alguma outra pessoa da minha família tinha problemas semelhantes?”
(p.102)

domingo, 19 de junho de 2011

Uma mente inquieta página 7

“A festa nos jardins do reitor era um evento anual para dar as boas-vindas aos novos membros do corpo docente da UCLA. Por acaso, o homem que viria a ser meu psiquiatra também estava na festa, já que ele próprio acabava de se tornar professor adjunto da faculdade de medicina.
[...]
Minhas lembranças da recepção ao ar livre diziam que eu havia sido fabulosa, esfuziante, sedutora e segura. Meu psiquiatra, porém, ao conversar sobre isso comigo muito tempo depois, tinha lembranças muito diferentes. Ele disse que eu estava vestida de uma forma extraordinariamente provocante [...], usando muito
mais maquiagem do que de costume e lhe pareci frenética e excessivamente falante. [...]” (p.82 – 85)
Kay, ainda que, num período de comportamento de dedicação exagerada ao trabalho, desejava intensamente ser mãe, desejo este não compartilhado pelo seu marido, portanto, o casamento, que já não andava bem, teve um motivo aparentemente real e importante para ter um fim sem grandes desgastes.
Ao separar-se, Kay gastou todo o dinheiro que tinha e fez diversas dívidas com o objetivo de decorar seu novo apartamento. Envolver-se em surtos desenfreados de compras é um aspecto clássico da mania.
Logo depois, fazendo o uso do lítio Kay, percebeu que a mania não é um luxo que se possa sustentar com facilidade, o tratamento da doença maníaco-depressiva exige despesas com remédios, exames de sangue e psicoterapia entre outras. Sem contar as despesas que eram feitas, quase sempre, desnecessariamente durante as fases maníacas.
Kay, precisou da ajuda de seu irmão, Ph.D. em economia da Universidade de Harvard, para acertar sua vida financeira. Ele, com um temperamento mais racional, nunca fez nenhuma crítica aos gastos mais irracionais de Kay. Ao longo de muitos anos ela conseguiu restituir-lhe o que devia, apesar de nunca ter havido cobrança.
Antes que suas manias se tornassem públicas, Kay tirou uma curta licença do trabalho. Foi um período bastante difícil para ela. Os dias pareciam intermináveis, os medicamentos, tais como: lítio, clorpromazina, valium e barbitúricos apesar de apavorantes, tiveram importante participação na recuperação dela. Segundo relato da autora, levou muito tempo para que ela reconhecesse sua mente, e muito mais ainda para que ela voltasse a confiar nelas.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Uma mente inquieta página 6

Quando ingressou na pós-graduação, Kay sabia da sua necessidade de fazer algo em relação às suas alterações de humor. Ela rapidamente resumiu esta situação entre consultar um psiquiatra ou comprar um cavalo e então optou por comprar um cavalo, porém logo se desfez deste.
Kay encontrou na pós o prazer que lhe faltou na graduação. Além disto, o curso de pós-graduação representou para ela uma espécie de liberação relativa em relação à sua doença. Nesta fase ela casou-se com um talentoso pintor francês, quando ela não estava moribunda, transbordava desejos de ter uma vida ainda mais emocionante.
Em julho de 1974, aos vinte e oito anos de idade, Kay ingressou, como professora assistente, no corpo docente de psiquiatria da UCLA e passou a ser responsável por uma das enfermarias de adultos. A adaptação ao novo emprego foi repleta de otimismo e energia, fase marcada por muito trabalho e poucas horas de sono.
Sobre esta fase a autora diz que:
“Eu não acordei um dia e me descobri louca. A vida não é tão simples assim. Em vez disso, fui percebendo aos poucos que minha vida e minha mente estavam atingindo uma velocidade cada vez maior até que afinal, durante meu primeiro verão no corpo docente, as duas me escaparam o controle, girando loucamente.
No entanto, a aceleração do pensamento rápido até o caos foi um processo lento e de uma beleza sedutora. No início, tudo parecia perfeitamente normal.
[...]” (p.81)
Uma das características da doença maníaco-depressiva é a super elevação da autoestima durante a fase maníaca, assim a pessoa sente-se especial, capaz de conquistar tudo e principalmente quem desejar. Sentindo-se, também, mais sensual, há uma intensificação em tudo que diz respeito à sexualidade.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Uma mente inquieta página 5

(continuação)
Uma vida de exageros,incluindo o consumismo, e com uma visão de mundo grandemente desnorteada começou a surgir neste período. Tudo o que hoje é tido como absurdo na época parecia-lhe absolutamente normal , quando não, essencial.
Inúmeras vezes sua animosidade entrou em pane, nestas fases Kay perdia seu interesse pelas atividades acadêmicas, família, amigos e, até mesmo, pela vida. Ela chegou a pensar em abandonar a faculdade, mas a dor misturava-se a um imenso sentimento de frustração e este a impediu de desistir de suas atividades, apesar de toda melancolia.
Com o tempo, as fases de depressão passavam sozinhas, mas não davam a Kay um tempo para se reorganizar, ela logo em seguida vivia suas fases de intensa agitação. Ela não queria acreditar que estava doente, não queria nenhum tipo de ajuda.
Aos vinte e um anos, Kay começou a trabalhar com um professor num projeto de pesquisa sobre os efeitos psicológicos e fisiológicos de drogas modificadoras do humor como o LSD, a maconha, a cocaína, os narcóticos, os barbitúricos (antiepilépticos, sedativos, hipnóticos e anestésicos) e as anfetaminas. O professor, propenso a mudanças de humor rápidas e profundas, tinha tanto interesse quanto Kay em tudo que dizia respeito às alterações de humor. Tornaram-se amigos e tinham uma intuição implícita um a respeito do outro quanto suas próprias alterações de humor.
“[...] De vez em quando, falávamos sobre a possibilidade de tomar remédios antidepressivos, mas éramos profundamente céticos quanto à sua eficácia além de cautelosos quanto aos prováveis efeitos colaterais. Fosse como fosse, como tantas pessoas que sofrem de depressão, considerávamos que as nossas eram
mais complicadas e tinham mais fundamentação existencial do que na realidade tinham. Os antidepressivos podiam ser indicados para pacientes psiquiátricos, para aqueles de menos fibra, mas não para nós. Éramos reféns de nossa formação e de nosso orgulho. Apesar das minhas oscilações de humor – pois
minhas depressões continuavam a ser precedidas por “baratos” inebriantes e vertiginosos – eu sentia que com ele tinha um porto seguro no meu posto de auxiliar de pesquisas. Muitas vezes, tendo desligado a luz do meu escritório para dormir porque não conseguia encarar o mundo, eu acordava e descobria seu casaco nos meus ombros e um bilhete em cima da listagem do computador dizendo: “Você logo estará melhor.”” (p.65)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Uma mente inquieta página 4

Eu finalmente reduzi a velocidade. Na realidade, parei de uma vez. [...] E então o chão começou a sumir debaixo da minha vida e da minha cabeça. Meu raciocínio, longe de ser límpido como um cristal, ficou tortuoso. Eu lia o mesmo trecho repetidas vezes, só para perceber que não tinha nenhuma lembrança do
que acabava de ler. [...] Nada fazia sentido. Eu não conseguia nem começar a acompanhar a matéria apresentada nas aulas e me via olhando pela janela sem fazer a menor idéia do que estava acontecendo a minha volta. Foi assustador.
Eu estava acostumada a que minha mente fosse minha melhor amiga; [...]. Agora, de repente, ela se voltava contra mim: zombava dos meus entusiasmos insossos; ria dos meus planos tolos; já não considerava nada interessante, divertido ou digno de atenção. Ela estava incapaz de concentrar o raciocínio e se voltava continuamente para o tema da morte: eu ia morrer, que diferença fazia qualquer coisa? O curso da vida era breve e sem significado, por que viver? Eu me sentia totalmente exausta e mal conseguia me forçar a sair da cama de manhã.[...]
Não faço a menor idéia de como consegui passar por normal na escola, a não ser porque as pessoas geralmente estão envolvidas com suas próprias vidas e raramente notam o desespero nos outros se os que estão em desespero fazem um esforço para disfarçar a dor. [...] Havia sido criada de modo a acreditar que
as pessoas devem guardar seus problemas para si. Partindo-se daí, revelou-se profundamente fácil manter meus amigos e minha família a uma distância psicológica. “Efetivamente”, escreveu Hugo Wolf “às vezes pareço alegre e afável; converso também com os outros de modo bastante razoável; e a impressão é de que, só Deus sabe como, me sinto bem. No entanto, a alma permanece no seu sono mortal, e o coração sangra por mil feridas abertas.”
[...]
Em retrospectiva, fico assombrada de ter sobrevivido, de ter sobrevivido sozinha [...]. Amadureci rapidamente durante aqueles meses, como seria necessário com tanta perda da identidade, tanta proximidade da morte e tanta distância de algum refúgio.” (p.43 – 48) 

Aos dezoitos anos, Kay iniciou seus estudos de graduação na Universidade da Califórnia, Los Angeles – UCLA. Durante a faculdade a instabilidade de humor assumiu um aspecto sedutor e exagerado. Com idéias e energias em excesso vivia de modo exagerado suas fases de animação, onde ela era capaz de longos períodos de trabalhos árduos, mas que a faziam bem. Uma vida de exageros...


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Uma mente inquieta página 3

Kay, filha de um oficial de carreira da Força Aérea, cientista e piloto, seu irmão, sua irmã e sua mãe em conseqüência da profissão do pai, como em diversas famílias de militares, tiveram a necessidade de se mudarem inúmeras vezes, porém, especialmente sua mãe preocupava-se em manter a vida da família de modo mais estabilizado o quanto fosse possível.
Apesar de uma criação bastante rígida, teve de seus pais apoio em tudo aquilo que achava interessante: escrever poesias e peças escolares, assim como pela ciência e medicina. Nenhum deles limitava seus sonhos, apaixonadamente fortes e absolutos. Aos quinze anos ela foi a um “passeio” no hospital psiquiátrico federal no Distrito de Colúmbia, ansiosa para conhecer o que seria o universo dos loucos. A despeito da aparência nada agradável do hospital, ela ficou tanto fascinada quanto assustada com a estranheza dos pacientes.
Entre os dezesseis e dezessete anos, Kay, que já havia percebido as alterações de humores de seu pai, descobriu também as suas próprias alterações. A energia e o entusiasmo de Kay eram capazes de deixar exaustas as pessoas que a circundavam, ouvia de seus amigos coisas do tipo: “mais devagar”, “você está me
matando de cansaço”, “você está falando rápido demais”. Todavia, na escola ocupava posições de liderança, além de ser atuante nos esportes e em diversas atividades extracurriculares. Foi justamente nesta fase que ela sofreu sua primeira crise maníaco-depressiva.
“[...] Uma vez iniciado o cerco, perdi a razão rapidamente. No início, tudo parecia tão fácil. Eu corria de um lado para o outro como uma doninha enlouquecida, cheia de planos e entusiasmos borbulhantes, mergulhada nos esportes, passando a noite inteira acordada, noite após noite, saindo com amigos, lendo tudo que me caísse nas mãos, enchendo cadernos com poemas e fragmentos de peças, e fazendo planos extensos, totalmente fora da realidade, para o futuro. O mundo era só prazer e esperança; eu me sentia realmente ótima. Tinha a impressão de que conseguiria fazer qualquer coisa, de que nenhuma tarefa seria difícil demais. Minha cabeça parecia ter clareza, uma capacidade de concentração fabulosa, e ter condições de fazer saltos matemáticos intuitivos.
[...]