(continuação)
Uma vida de exageros,incluindo o consumismo, e com uma visão de mundo grandemente desnorteada começou a surgir neste período. Tudo o que hoje é tido como absurdo na época parecia-lhe absolutamente normal , quando não, essencial.
Inúmeras vezes sua animosidade entrou em pane, nestas fases Kay perdia seu interesse pelas atividades acadêmicas, família, amigos e, até mesmo, pela vida. Ela chegou a pensar em abandonar a faculdade, mas a dor misturava-se a um imenso sentimento de frustração e este a impediu de desistir de suas atividades, apesar de toda melancolia.
Com o tempo, as fases de depressão passavam sozinhas, mas não davam a Kay um tempo para se reorganizar, ela logo em seguida vivia suas fases de intensa agitação. Ela não queria acreditar que estava doente, não queria nenhum tipo de ajuda.
Aos vinte e um anos, Kay começou a trabalhar com um professor num projeto de pesquisa sobre os efeitos psicológicos e fisiológicos de drogas modificadoras do humor como o LSD, a maconha, a cocaína, os narcóticos, os barbitúricos (antiepilépticos, sedativos, hipnóticos e anestésicos) e as anfetaminas. O professor, propenso a mudanças de humor rápidas e profundas, tinha tanto interesse quanto Kay em tudo que dizia respeito às alterações de humor. Tornaram-se amigos e tinham uma intuição implícita um a respeito do outro quanto suas próprias alterações de humor.
“[...] De vez em quando, falávamos sobre a possibilidade de tomar remédios antidepressivos, mas éramos profundamente céticos quanto à sua eficácia além de cautelosos quanto aos prováveis efeitos colaterais. Fosse como fosse, como tantas pessoas que sofrem de depressão, considerávamos que as nossas eram
mais complicadas e tinham mais fundamentação existencial do que na realidade tinham. Os antidepressivos podiam ser indicados para pacientes psiquiátricos, para aqueles de menos fibra, mas não para nós. Éramos reféns de nossa formação e de nosso orgulho. Apesar das minhas oscilações de humor – pois
minhas depressões continuavam a ser precedidas por “baratos” inebriantes e vertiginosos – eu sentia que com ele tinha um porto seguro no meu posto de auxiliar de pesquisas. Muitas vezes, tendo desligado a luz do meu escritório para dormir porque não conseguia encarar o mundo, eu acordava e descobria seu casaco nos meus ombros e um bilhete em cima da listagem do computador dizendo: “Você logo estará melhor.”” (p.65)
Uma vida de exageros,incluindo o consumismo, e com uma visão de mundo grandemente desnorteada começou a surgir neste período. Tudo o que hoje é tido como absurdo na época parecia-lhe absolutamente normal , quando não, essencial.
Inúmeras vezes sua animosidade entrou em pane, nestas fases Kay perdia seu interesse pelas atividades acadêmicas, família, amigos e, até mesmo, pela vida. Ela chegou a pensar em abandonar a faculdade, mas a dor misturava-se a um imenso sentimento de frustração e este a impediu de desistir de suas atividades, apesar de toda melancolia.
Com o tempo, as fases de depressão passavam sozinhas, mas não davam a Kay um tempo para se reorganizar, ela logo em seguida vivia suas fases de intensa agitação. Ela não queria acreditar que estava doente, não queria nenhum tipo de ajuda.
Aos vinte e um anos, Kay começou a trabalhar com um professor num projeto de pesquisa sobre os efeitos psicológicos e fisiológicos de drogas modificadoras do humor como o LSD, a maconha, a cocaína, os narcóticos, os barbitúricos (antiepilépticos, sedativos, hipnóticos e anestésicos) e as anfetaminas. O professor, propenso a mudanças de humor rápidas e profundas, tinha tanto interesse quanto Kay em tudo que dizia respeito às alterações de humor. Tornaram-se amigos e tinham uma intuição implícita um a respeito do outro quanto suas próprias alterações de humor.
“[...] De vez em quando, falávamos sobre a possibilidade de tomar remédios antidepressivos, mas éramos profundamente céticos quanto à sua eficácia além de cautelosos quanto aos prováveis efeitos colaterais. Fosse como fosse, como tantas pessoas que sofrem de depressão, considerávamos que as nossas eram
mais complicadas e tinham mais fundamentação existencial do que na realidade tinham. Os antidepressivos podiam ser indicados para pacientes psiquiátricos, para aqueles de menos fibra, mas não para nós. Éramos reféns de nossa formação e de nosso orgulho. Apesar das minhas oscilações de humor – pois
minhas depressões continuavam a ser precedidas por “baratos” inebriantes e vertiginosos – eu sentia que com ele tinha um porto seguro no meu posto de auxiliar de pesquisas. Muitas vezes, tendo desligado a luz do meu escritório para dormir porque não conseguia encarar o mundo, eu acordava e descobria seu casaco nos meus ombros e um bilhete em cima da listagem do computador dizendo: “Você logo estará melhor.”” (p.65)

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